Toda vez que o meu bebê chora é fome? Nem sempre é fome.

Essa pergunta é recorrente nos consultórios de pediatria, de psicologia e nos grupos de mães. É muito comum nos primeiros meses de vida dos seus bebês, as mães terem dúvidas em relação ao que os bebês estão querendo receber quando choram. E essa dúvida não é exclusiva das mamães de primeira viagem. Como cada bebê é diferente do outro, cada bebê é um sujeito diferente, não se pode dizer que mesmo mulheres que já são mães de outros filhos, já sabem tudo sobre seu novo bebê.

A relação mãe-bebê não acontece de forma imediata, de forma instintiva, é uma relação construída no decorrer do tempo, onde cada um vai ensinado o outro nessa relação.
Quando o bebê chora é comum que a mãe lhe ofereça logo o leite do peito ou a mamadeira achando que ele está com fome.

A psicanalista Arminda Aberastury afirma:
“Quando a criança chora, a mãe se alarma e sua primeira reação é dar-lhe alimento; costuma desesperar-se se não o aceita. Mas é comum que o bebê esteja chorando porque revive uma má experiência, que lhe produz alucinação, e que seja suficiente a voz afetuosa da mãe, um olhar sorridente, o contato físico com ela.”

Então, por que algumas vezes quando é oferecido o alimento ele para de chorar? Porque com o alimento vem junto a possibilidade de receber o afeto e o amor dessa mãe, de ficar juntinho dela, de receber seu cuidado.

Quando o bebê chora nem sempre é fome. Pode ser vontade de estar perto da mãe, cólicas, fralda que precisa ser trocada, sono e muitas outras coisas.
Com o tempo, a dupla mãe-bebê vai conseguindo se comunicar de tal forma que a mãe consiga interpretar o choro/convocação do seu bebê, assim como o bebê consegue perceber que a sua mãe consegue interpretar o que lhe é demandado.